terça-feira, 28 de julho de 2015

Buscando Autoridade Espiritual (Desvios de Autoridade)- 1ª Parte

"Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes
dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles.
 Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal;
 E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo;
 Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos."

Mat 20.25-28


               Todo ser humano tem necessidade de aceitação, cuidado e relacionamento. Por isso andamos em grupos. Isso tem tudo a ver com Deus, pois Ele se relaciona, desde a eternidade: Pai, Filho e Espírito Santo. Ele nos criou para nos relacionarmos com Ele e uns com os outros.

               À medida que nos organizamos, como grupos, notamos que alguns desenvolvem notáveis atividades de liderança no grupo. Outros, impoem essa autoridade por meio da força.   

                Quando Jesus reuniu seus discípulos, naturalmente surgiu o desejo de uns liderarem sobre outros (Mat 20.20,21). A mãe dos filhos de Zebedeu pediu a Jesus que desse um lugar de honra a seus filhos. Jesus dedicou algumas parábolas para nos ensinar sobre liderança, governo e autoridade no Reino de Deus. É nisso que vamos nos "viajar" agora.

                  
                 Liderança, Governo e Autoridade

Cuxe gerou a Ninrode, que começou a ser poderoso na terra.
1 Crônicas 1:10
           
              No capítulo 20, de Mateus, Jesus mostra uma parábola que mostra um princípio do Reino de Deus. Temos um ditado que diz: "antiguidade é posto!". Mas, no Reino de Deus não é assim.

                    É muito comum pessoas se questionarem: 'fulano começou a se reunir conosco outro dia e já assumiu tal posição'. Há três erros nessa forma de pensar e que devemos tirar lições: o primeiro erro é ter "posições" na igreja. Ora, "posição" indica destaque e a igreja é o Corpo de Cristo. A igreja existe para que Cristo seja glorificado. Se alguém almeja "posição" ou "estar no palco" está com um sentimento contrário ao de Jesus, que mesmo sendo "em forma de Deus não usurpou esse lugar, antes assumiu a forma de escravo, fazendo-se semelhante aos homens." (Fil 2.6,7). Na igreja há "funções" e líderes que servem. O segundo erro é não entender que, no Reino, Deus distribui dons e serviços como ele quer e, na parábola nos versos  1 a 16, Jesus mostra que O Pai recompensa os últimos trabalhadores como os primeiros. Não tem porque você achar "injusto" a forma como Deus distribuiu os dons, mas você deve usufruir ao máximo de cada dom dado para benefício de todos os membros, inclusive você. O terceiro erro é um desejo implícito em nós de ser destacado. Esse "mal" é presente em muitas congregações, mas nós sabemos mascarar isso muito bem, dando um ar de espiritualidade, "chamado", "ministério" ou sei lá quantos nomes mais conseguimos desviar para justificar nosso desejo por posição, espaço, visibilidade, proeminência, e autoridade a fim de ter pessoas nos seguindo e admirando.

                  Todos iguais.

                  Sim, amigos. Se tem uma coisa que temos aprendido nos últimos anos é "mascarar nossos pecados com a imagem da espiritualidade". Chamamos cobiça de "sonho" e soberba de "visão ou autoridade". 

                 Contrário a isto, Jesus ensina que a forma de autoridade no seu Reino é diferente do sistema de autoridade secular. Em primeiro lugar, Jesus deixa claro que os "principes dos gentios os dominam  e os grandes exercem autoridade sobre eles". Com isso, Jesus estava desconstruindo na cabeça dos discípulos a ideia de autoridade baseada no modelo romano, onde ser grande é ser visto e honrado.

E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo;
Mateus 20:27
Jesus serviu os seus liderados.

"Quem quiser ser o maior de todos, seja servo de todos"Mat 20.27
pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles.Mateus 20:25
los príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles.
Mateus 20:25
los príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles.
Mateus 20:25

                   Pessoas querem ser "grandes"! Mas, os discípulos de Jesus devem buscar ser pequenos (Mat 18.4). No Reino de Deus, todos devem desejar aparecer menos, mandar menos e ter menos pessoas ao seu redor. Devemos ser servos uns dos outros. E a maior característica de um escravo (literalmente, "servo" é escravo) é procurar satisfazer as necessidades do seu senhor (no nosso caso, do nosso irmão) acima das nossas necessidades. Se você ministra (literalmente "serve"), você deve conduzir as pessoas à plenitude delas e não formar o seu plano nelas. O verdadeiro discípulo de Jesus não almeja posição de honra, mas seu trabalho é honrado.
Vença o desejo de construir uma imagem para ser aplaudido!

                     É muito comum, na dinâmica da igreja, ver pessoas que, com a melhor das intenções, desprezam a espiritualidade dos outros. Todas essas classificações são de natureza carnal e dividem o corpo de Cristo (1 Cor 3.4-7). Assim, profetas querem ter proeminência sobre mestres e mestres sobre profetas. Todos querem ter autoridade, proeminência e serem ouvidos e partidos de irmãos que concordam entre si vão se formando e se tornando normais. Tudo isso pode ser facilmente escondido sob uma capa de ministério, serviço e amor. Mas, na maioria das vezes, só você mesmo, ouvindo Deus, sabe os reais desejos do seu coração.

                      
  
                   Restaurando a autoridade de Jesus.


                   "Mas, se todos estiverem no mesmo nível, a igreja vira uma bagunça! Precisamos de alguém que se destaque.", alguém pode pensar. Mas, quem disse que não teremos ordem? Quem põe a igreja em ordem é o Cabeça (1 Cor 12.18)! Quando Jesus tiver a autoridade a nossa forma de pensar será diferente.

Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:
Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.
1 Pedro 5:1-3
"Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:
Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho."

1 Pe 5.1-3



O lugar de destaque no rebamho é do Bom Pastor. Todas as ovelhas são iguais.
                     Falando especificamente para pastores, entendo que muitas vezes o coração do líder é confrontado por pessoas que não respeitam sua liderança. Ora, quem está sendo ofendido: Cristo ou sua "posição"? O que observo, muitas vezes, é que nosso coração está em nosso ministério, e "onde estiver nosso tesouro aí estará nosso coração" (Mat 6.21). A frase que está em seu coração é "Meu ministério é minha vida" ou "Cristo é minha vida"? O que tem desviado muitos líderes é gastar tempo defendendo e amando seu ministério mais do que amando Jesus.                 

                    Em minha experiência em igrejas, percebi que é muito comum pessoas saírem de denominações e formarem outras. Virou uma epidemia o "auto-pastoreio". Não se deu bem aqui? Vai ali e abre outra coisa, igual a de onde você saiu. A única diferença é que lá você faz o que você quer sem prestar contas a um "superior" (????). Por outro lado, líderes denominacionais "fecham" o cerco da liderança. Fincam os pés no ministério sem observar os potenciais ao seu redor (e muitas vezes os tomam como inimigos, que querem tomar seu espaço). Não há uma relação de cuidado e discipulado: ou reza a cartilha ou cai fora!
  
                   A outra face da moeda são pessoas reunindo-se, domingo a domingo, sem "entranháveis afetos" (Fil 2.1). Há um sentimento de partidos em seus corações. Um sentimento de "estou do lado de Sicrano". Ora: Cristo não tem lados! Ou você é um Corpo, ou você está fora! Por acaso está Cristo dividido? (1 Cor 1.12,13) Todo sentimento de divisão, partido e facção deve ser banido do meio do corpo (leia como entrar nesse caminho no texto n° 2).

                    Quando Jesus é o Cabeça, entendemos que reconquistar um ferido é mais importante do que um rebanho inteiro. Jesus contou isso de três formas: a parábola das Cem Ovelhas, da Dracma Perdida e do Filho Pródigo (Lucas 15.1-32). Talvez porque ele viu que nosso coração seria muito duro ele repetiu três vezes o mesmo princípio: troque tudo por trazer alguém que está distante!

                     A autoridade de Jesus tem sido tirada quando damos mais valor a manter uma estrutura do que o serviço. A autoridade de Jesus tem sido tirada quando interesses mínimos, como dinheiro, espaço, visão e missão tem sido causa de divisões terríveis no Corpo de Cristo. A autoridade de Jesus tem sido tirada quando queremos nos colocar como espiritualmente mais capacitados a dirigir os outros irmãos.

      
   (Leia a parte 2)                   

Aos presbíteros, que estão entre vó
sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:
Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.
1 Pedro 5:1-3




 

             
           

                                 
E Cuxe gerou a Ninrode, que começou a ser poderoso na terra.1 Crônicas 1:10
E Cuxe gerou a Ninrode, que começou a ser poderoso na terra.1 Crônicas 1:10

             

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Quebrantamento e Sucesso

                 "Se te elevares como águia, e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali te derrubarei, diz o SENHOR."
Obadias 1:4



                Podemos ser treinados para o fracasso ou para o sucesso. Há pessoas que projetam seu futuro, têm uma elevada auto-estima e sabem exatamento onde querem chegar. Há outras que vivem reclamando de suas não-conquistas, desiludidas com as dificuldades e reclamando de tudo e de todos. Precisam se definir, se reencontrar e se descobrir, ter um rumo e um alvo a perseguir.

                 Não me preocupa o sucesso das pessoas. Me preocupa a forma como as pessoas alcançam o sucesso e como elas se comportam após o sucesso. Não é um simples "não posso puxar o tapete de ninguém": é muito mais do que isso! Há muito mais coisas em nosso coração que manifestam uma natureza impura, no nosso tratamento com as pessoas, na forma como nos vemos que são fruto da nossa natureza moldada pelos nossos próprios interesses:

"De fato, todos nós éramos como eles e vivíamos de acordo com a nossa natureza humana, fazendo o que o nosso corpo e a nossa mente queriam. Assim, porque somos seres humanos como os outros, nós também estávamos destinados a sofrer o castigo de Deus."
Ef 2.3

                    O coração (as emoções), o corpo e a mente humana são profundamente instáveis. Por isso Deus diz que devemos amá-lo com todo o nosso coração, alma e mente. Se Deus é Senhor da nossa mente ele será Senhor do nosso corpo. Mas se uma sociedade ou um ser humano é desobediente a Deus o pecado será a arma com a qual o Diabo será senhor deste indivíduo ou grupo (1 Jo 3.8).

                     O sucesso não é e nunca será sinal da aprovação de Deus. Em Jeremias 7 o SENHOR exorta o povo a voltar para Ele, mas o povo gloriava-se pelo seu templo suntuoso. Em Marcos 11. 18-22, Jesus nos mostra que uma figueira pode ser linda e cheia de folhagens e não produzir frutos: 

                     # Muitos querem usar o seu relacionamento e os dons que Deus deu para obter sucesso. O coração deles está no sucesso;
                 
                     # Outros querem ser quebrantados, mas para obter sucesso (pedem quebrantamento e buscam a Deus porque querem algo dele e não a Ele);


                   

                      O arrependimento é a porta de entrada no Reino de Deus e a forma de continuar nele. A mensagem inicial é "arrependei-vos e creiam no Evangelho" [Marcos 1.15]. A mensagem contínua é "lembra-te, pois, de onde caíste e arrepende-te" [Ap 2.5; 2.16; 3.3, 19].





  
                       O que temos visto são pessoas que quebrantam-se em Deus, apossam-se dos métodos e continuam em sua própria trajetória. Há uma parábola de Jesus que conta como Deus dá uma vinha e os servos tomam aquela vinha para si não permitindo que Deus a gerencie mais [Marcos 12.1-9]. Você alguma vez já permitiu que o orgulho de estar no lugar que Deus te pôs faça com que você tome o lugar do "SENHOR da vinha" e passe a manipular o método?

                       Que o arrependimento seja contínuo em nós. Que Deus seja nosso prazer, para a vida ou para a morte. Não queremos sucesso: queremos Deus! Queremos a vontade dEle, seja ela qual for.


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Onde estão os profetas? - Por Harold Walker


              Naqueles dias, a palavra do Senhor era mui rara; as visões não eram freqüentes (1 Sm 3.1)
Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor. Andarão de mar a mar e do Norte até o Oriente; correrão por toda parte, procurando a palavra do Senhor, e não a acharão (Am 8.11,12).

Não vemos mais as nossas insígnias, não há mais profeta; nem há entre nós alguém que saiba até quando isto durará. Até quando, ó Deus, o adversário afrontará? (Sl 74.9,10). Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? (Is 6.8).

 



                Vivemos dias confusos. Por um lado, a igreja está eufórica em muitas regiões do mundo devido às altas taxas de crescimento numérico e ainda encontra-se sob os efeitos do maior derramamento do Espírito Santo na história, ocorrido durante o século passado. Por outro lado, em toda parte o povo de Deus anda confuso, insatisfeito, faminto. Apesar das visões serem freqüentes, a palavra do Senhor é mui rara.
   

               Em qualquer ambiente evangélico – seja encontros, conferências, seminários, programas de televisão ou rádio, revistas, livros ou igrejas – o barulho das opiniões e modismos discordantes é ensurdecedor. Um grita de cá: "Achei a resposta, a solução!" e outro responde de lá: "Não está certo, isto é heresia. Sou eu que tenho a resposta adequada!" No meio desta verdadeira Babel de vozes estridentes e convencidas, onde está a voz do Senhor? Onde está o som certo da trombeta que unirá o povo de Deus em um só exército disciplinado e convicto do seu objetivo?
              

                Durante a história houve épocas em que Deus não queria falar, pois o seu plano estava passando por fases quando não faria sentido o que ele tinha para dizer. Exemplos: O período de mais de quatrocentos anos entre o fim de Gênesis e o início de Êxodo, quando o povo de Israel estava se multiplicando no Egito; e o período interbíblico, também de uns quatrocentos anos, entre Malaquias e Mateus.
                Não podemos, entretanto, alegar este motivo para o silêncio profético de hoje, pois vivemos os últimos dias antes da volta de Jesus, quando o ministério profético deve atingir seu auge. Assim como foi impossível chegar-se a Jesus na Primeira Vinda sem passar pela personagem rude e ameaçadora de João Batista, é impossível achar referências à Segunda Vinda sem encontrar uma forte ênfase na restauração do ministério profético (Ml 3.1-3; 4.5,6; Mt 17.11; At 3.21; Ap 11.3-13).
Silêncio Profético

 
                Estou plenamente consciente de que muitos não concordarão de que haja um silêncio profético hoje, portanto quero apresentar aqui algumas razões desta minha convicção:    

1 – O ministério primordial do profeta é chamar o povo de Deus de volta à lei de Deus, à santidade de Deus. Ao contrário do que muitos pensam hoje, a graça de Jesus Cristo não veio para abolir a lei mas, sim, para cumpri-la (Mt 5.17; Rm 3.31). A primeira palavra do evangelho é "Arrependei-vos!" Infelizmente, a vasta maioria dos membros de igrejas evangélicas hoje nem sabem o que significa isto! O evangelho que é pregado hoje não focaliza o pecado, a ira de Deus contra o pecado e a necessidade de santidade para encontrar-se com o Deus vivo. As pessoas não entram na igreja confessando seus pecados publicamente, entendendo o quanto seu estilo de vida é abominável a Deus e o quanto o ofenderam durante toda a sua vida. Por isto, não é de se admirar que o pecado anda solto dentro da igreja. Quando existe alguma ênfase sobre santidade, normalmente aparece sob a forma de algum tipo barato de legalismo que a torna inválida aos olhos de Deus e do mundo observador. Onde está a poderosa palavra do Senhor que "é mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração" (Hb 4.12)? Onde está o evangelho "profético" que leva os ouvintes até o mais profundo desespero do inferno antes de mostrar-lhes as inefáveis dimensões do amor de Deus demonstrado na cruz do Calvário?

2 – O fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal contaminou a humanidade desde os dias do Éden, mas hoje está chegando ao ponto de saturação, até mesmo dentro da igreja. O racionalismo, o relativismo, a ética situacional, a psicologia moderna e o humanismo têm envenenado nossas famílias, escolas, seminários, igrejas e sociedade. Ninguém tem coragem de dizer: "Isto é errado e ponto final". Estamos imersos num caldo grosso e morno de "talvez", "pode ser", "eu acho" e "por um lado... mas por outro lado". Ninguém diz: "Assim diz o Senhor!" e se diz, normalmente é alguém que não esteve no concílio do Senhor e não está autorizado por ele a falar. Cambaleamos como igreja entre os extremos do legalismo e da libertinagem e não há uma clara e convincente voz profética que traga convicção de pecado, arrependimento e correspondência viva a Deus num andar diário de santidade e alegria no Espírito.

3 – Uma das características mais marcantes de uma genuína palavra do Senhor é que traz unanimidade àqueles que têm corações sinceros diante de Deus. Nos dias de Samuel, mesmo enquanto ele ainda era menino, "todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava confirmado como profeta do Senhor" (1 Sm 3.20). Por quê? Porque "o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra" (1 Sm 3.19). Hoje temos muitos preciosos servos do Senhor que trazem palavras sólidas e confiáveis, mas falta-lhes este aval de Deus, esta assinatura conclusiva, esta autenticação genuína. O resultado é que cada grupo ou igreja só ouve sua própria seleção de fontes confiáveis e o povo de Deus continua confuso e dividido. Onde está a palavra profética de nossos dias que encontrará ressonância nos corações de todos aqueles que são sinceros diante de Deus, independente de suas origens eclesiásticas ou tendências teológicas? É claro que todo profeta do Senhor encontrará forte resistência e até perseguição no meio do próprio povo de Deus, mas sempre haverá uma certa confirmação e unanimidade nos corações de todos aqueles que realmente buscam ao Senhor. O que causa estranheza é que ninguém pára para observar isto, para cair de joelhos diante do Senhor e procurar a causa desta falta de confirmação e autenticação divina.

4 – Deus tem opiniões bem fortes e claras sobre os acontecimentos mundiais, em todos os níveis, e sempre usou os profetas para expressá-las. (Veja as profecias de Isaías, Ezequiel, Jeremias e dos outros profetas acerca dos reinos do mundo de sua época: Egito, Tiro, Assíria e Babilônia).                    

               Certamente, hoje, à medida que a humanidade caminha velozmente para a consumação da história, Deus tem coisas para dizer às nações e aos seus governos. Entretanto, hoje, quando servos do Senhor começam a pontificar sobre os acontecimentos atuais, vemos muita confusão e engano. Muitas vezes, as influências culturais e nacionais entram mais na composição destas supostas "palavras proféticas" do que qualquer verdadeira inspiração do Espírito Santo. De fato, Deus quer usar sua igreja para falar não só aos governos deste mundo, mas também aos principados e potestades nos lugares celestiais (Ef 3.10; 6.12). Porém, antes que isto possa acontecer, o juízo precisa começar pela casa de Deus (Ez 9.6;1 Pe 4.17). Os "profetas" de hoje estão pulando esta etapa vital e, por isto, suas palavras não são confirmadas por Deus. Antes de sermos porta-vozes de Deus para o mundo, precisamos passar pelo fogo purificador de Deus como igreja. Não temos direito de dirigir palavras fortes de Deus para o mundo sem primeiro passarmos, nós mesmos, pelo juízo destas palavras.
               
                Portanto, por estes e por outros motivos, creio que estamos atravessando um período de silêncio profético e isto me incomoda. Não é hora para isto. Deus quer falar, mas onde estão seus porta-vozes? Não adianta clamar como Eliseu: "Onde está o Senhor, Deus de Elias?" (2 Rs 2.14). Acho que seria mais apropriado gritar: "Onde estão os Elias do Senhor Deus?"!
               
                 Quem se candidata para esta vocação hoje? Quem quer dizer como Isaías: "Eis-me aqui, envia-me a mim"? (Is 6.8) Quem quer chegar-se ao anjo, como o apóstolo João, e tomar o livrinho da sua mão e comê-lo e ficar com o estômago amargo? (Ap 10.8-11) Quem quer assumir esta vocação de tempo integral e ser consumido pelas dores e paixões do próprio Deus?

A Palavra Profética no Contexto do Corpo

 

               Além de encontrar candidatos, porém, há outro fator indispensável para a manifestação da palavra profética genuína em nossos dias. Se estamos esperando o surgimento de profetas no estilo do Velho Testamento que chegam dizendo: "Assim diz o Senhor" e depois se recolhem ao deserto para ouvir de Deus sozinhos, certamente seremos desapontados ou até enganados por falsos profetas. Quem pensa que a palavra de Deus hoje virá em forma de profecias que não podem ser julgadas, ou de pregações que não podem ser questionadas, ou de qualquer outra forma exclusivamente mística e sobrenatural, está se abrindo para enganos e perigos. Precisamos entender que hoje Deus fala na sua casa, na igreja, no contexto coletivo do seu Corpo.
                A vinda de Elias hoje será diferente da vinda de João Batista. O ministério profético dos últimos dias agirá de forma diferente dos profetas que vieram antes da primeira vinda de Jesus. Antigamente, Deus falava aos pais pelos profetas; hoje nos fala pelo Filho (Hb 1.1,2). Mas como ele nos fala pelo Filho? Através da atuação do Espírito no contexto do Corpo. Jesus disse: "Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou no meio deles" (Mt 18.20). E também disse: "Eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Mt 28.20).
     
               A palavra profética que restaurará a lei de Deus e o governo de Deus nas famílias e nas igrejas, a santificação em nossas vidas e o juízo de Deus sobre o mundo não virá de super-homens ou indivíduos isolados, mas do meio de pessoas que estão experimentando a comunhão do Espírito e alinhando suas vidas com a palavra que está surgindo neste contexto. Esta realidade viva de Jesus falar no meio de dois ou três no contexto de comunhão foi perdida durante a apostasia da igreja (juntamente com muitas outras verdades preciosas que a igreja em Atos experimentava). Muita coisa já foi restaurada, mas esta essência da igreja que vai ativar a palavra profética para os nossos dias ainda permanece encoberta.
     
              Infelizmente, a última etapa de restauração, que deveria ter contribuído para isto mais do que todas as outras anteriores, acabou tornando-se em um dos maiores obstáculos! Refiro-me à restauração do batismo e dons do Espírito Santo que ocorreu no século passado e que deu origem aos movimentos Pentecostal e Carismático. O Espírito Santo é a base desta koinonia ou comunhão do Espírito entre dois ou três. Mas, ao invés de permitir que ele faça isto entre nós, ficamos envaidecidos com o poder e o impacto do exercício dos dons e usamos a unção do Espírito para construir "reinos" humanos, divididos uns dos outros. Além disto, temos nos apropriado indevidamente da glória que pertence só a Deus, assumindo títulos e posições eclesiásticas que tornam cada vez mais difícil alcançar a verdadeira unidade e comunhão no Espírito.
    
            Torna-se necessária, então, uma palavra profética para despertar a igreja atual da sua sonolência e comodismo religioso. O fermento de orgulho e vaidade humanos precisa ser revelado e sua nojeira exposta para que a igreja se enxergue como Deus a enxerga. Isto fará com que sinta sua pobreza e miséria espirituais e clame ao Senhor pela restauração da essência da igreja, que é a comunhão verdadeira; pois é justamente ali que o Senhor começará novamente a falar e a se expressar na terra.

Praticando o Vertical e o Horizontal na Busca da Palavra Profética

                 Portanto, se quisermos participar do ministério profético prometido por Deus para os últimos dias, precisamos não só colocar nossas vidas à inteira disposição de Deus, para encarnarmos seus sonhos e planos, mas também procurar outros irmãos com o mesmo chamamento, com os quais possamos conferir, nos abrir, e desenvolver esta afinidade no Espírito, para que, assim, Deus tenha espaço para nos falar numa base coletiva. Feito isto, ainda não é o bastante!

                  À medida que ouvimos de Deus em conjunto e, em seguida, praticamos e anunciamos o que ouvimos, precisamos entrar em sintonia com o que Deus está falando com outros conjuntos de irmãos em outros lugares. Se é um só General que está falando, a prova de que realmente estamos recebendo nossas instruções dele, e não de nossas próprias imaginações enganosas, é que começaremos a andar em sintonia com todos os outros pelotões e unidades do mesmo exército. Ele certamente dará instruções distintas para cada unidade, dependendo da sua função e localização estratégicas, mas o objetivo central será o mesmo, nossas ações complementarão umas às outras e não serão mutuamente exclusivas ou destrutivas. "Fogo amigo" só acontece quando há uma falha nas comunicações.

Conclusão

                Estamos vivendo em tempos quando está para acontecer a maior manifestação profética de toda a história. Tudo que Deus falou pela boca dos seus profetas desde o princípio exige uma confirmação e consumação antes que Jesus volte. Convém que os céus o retenham até que isto aconteça (At 3.21).
      
               Entretanto, vivemos um profundo silêncio profético. Há muitas visões, revelações e supostas palavras proféticas, mas os frutos de uma verdadeira palavra profética estão faltando. Não há um som certo no toque da trombeta e ninguém está se preparando para a batalha de forma adequada. A casa de Deus está muito contaminada e precisando urgentemente do fogo do juízo de Deus.
     
              Podemos concluir, portanto, que a hora agora é de chorar e gemer pela situação da igreja e clamar a Deus para acelerar a preparação dos seus profetas e liberar uma palavra profética genuína e poderosa para os nossos dias. Também devemos convocar outros para fazer o mesmo. Se este clamor começar, espalhar-se e se tornar cada vez mais forte e insistente, o Senhor se revelará a nós, nos convidará a entrar em seu concílio e ouvir da sua boca a palavra, e nos passará pelo fogo da sua presença para nos purificar de toda impureza. Isto não acontecerá somente num nível individual, mas no contexto coletivo. Somente então, ele nos autorizará a sair para a igreja e o mundo com uma palavra que realmente expressa o seu coração e desejos para este tremendo final da história do mundo!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Compreendendo os Diferentes Tempos Espirituais

7.06.2011

Por: Dan Duke


Eclesiastes 3:1 diz: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.” Muitos que estão lendo este verso das Escrituras se encontram em um novo e quem sabe difícil momento de suas vidas. Uma das razões pelas quais cheguei a esta conclusão é que em minhas constantes viagens tenho visto uma sequidão pousando em grande parte das congregações que visito. Há um descontentamento geral até mesmo em meio às igrejas avivadas.
O meu escritório recebe e-mails de muitas pessoas descrevendo o esfriamento do fogo em seus corações e a perda de sua paixão pelas coisas de Deus. A maior parte destas pessoas culpa a si mesmas por estarem frias pensando que elas são as únicas pessoas que se sentem assim. Acredite em mim, isto está muito longe da realidade.

Você deve conhecer e compreender que as coisas do Espírito são temporais da mesma maneira que no mundo natural. Todos nós temos a nossa estação favorita do ano mas nós também sabemos que até mesmo a nossa estação favorita eventualmente mudará. Alguns preferem o verão, outros o inverno enquanto outros gostam mais do outono ou da primavera.

Em Gênesis 8:22 lemos: “Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão.” Embora isto se aplique diretamente à terra no sentido físico é em essência um princípio espiritual.

Os problemas surgem quando uma pessoa não consegue discernir o seu tempo (estação) espiritual ou até mesmo o tempo (estação) espiritual de uma nação. Se uma pessoa não identificar corretamente o tempo (estação) e o propósito deste tempo (estação), ele ou ela responderão de uma maneira errada na grande maioria das vezes.

A minha estação favorita do ano no natural é o inverno, quando o clima fica seco, mas prefiro a estação de chuva no espiritual. Eu equiparo a chuva de Deus à bênção de Deus e ao derramar do Espírito Santo. Para dizer de outra maneira, eu vejo a chuva de Deus e a estação de chuva espiritual como o tempo (estação) do avivamento.

Sem sombra de dúvidas o Brasil tem desfrutado de um longo período de avivamento. É bem possível que a igreja evangélica tenha crescido mais nos últimos vinte anos do que nos últimos duzentos anos. Milhões de brasileiros se entregaram a Jesus em um curto espaço de tempo. E nos regozijamos por isto. Contudo, o crescimento espiritual não tem acompanhado o crescimento numérico. As igrejas brasileiras estão cheias de bebês espirituais. Isto não é ruim a não ser que eles permaneçam como bebês para sempre. Chegou a hora da igreja brasileira crescer e plantar profundamente suas raízes no Rio de Deus.

As estações de chuva de nossas vidas, quando o Espírito Santo está sendo derramado, conforme temos visto nos últimos anos, produzem um crescimento rápido na superfície mas raízes pouco profundas. Muitos que no passado queimavam com o fogo de Deus agora estão se sentindo secos e vazios. Alguns até mesmo tomam isto como uma oportunidade para se desviarem ou para se envolverem em relacionamentos e atividades inapropriadas. O que isto prova é que eles só podiam sobreviver os tempos fáceis quando a chuva de Deus os mantinha molhados em Sua presença e quando pouco era exigido deles.

Muitos anos atrás, minha esposa Marti e eu, compramos uma linda planta para a nossa nova casa. Ela era linda com grandes folhas verdes que trouxe uma sensação  muito gostosa de aconchego para o nosso lar. Aquela planta tinha crescido em um viveiro onde a temperatura era cuidadosamente controlada; ela recebia a quantidade correta de água e luminosidade todos os dias, e era tratada com muito zelo pelos especialistas. Em outras palavras, ela cresceu em um ambiente perfeito.

Nós a levamos para casa e durante alguns dias ela permaneceu imponente e bela. Entretanto, em um curto espaço de tempo as folhas começaram a cair e um pouco do seu “brilho” começou a desaparecer. Eventualmente a planta morreu. Qual foi o problema? É muito simples, a planta só podia sobreviver em uma atmosfera perfeita.

Eu e a Marti fizemos tudo o que estava ao nosso alcance mas a planta simplesmente não pode suportar o mundo real do nosso lar. Aprendi uma lição valiosa, já que não vivemos em um mundo perfeito, se nós formos “plantas de um viveiro” nós provavelmente não sobreviveremos ao mundo real do nosso dia a dia.

Pouco tempo após esta experiência, eu fiz uma viagem missionária à Jamaica. Enquanto eu estava lá eu fiquei chocado em ver o mesmo tipo de planta cuja altura era superior a uma casa e com folhas grandes o suficiente para protegerem uma pessoa da chuva. A lição que se deve tirar é esta: as plantas na Jamaica podiam suportar as estações e usavam cada estação em sua própria vantagem e cresciam até chegarem à maturidade.

Para muitas pessoas eu creio que o tempo (estação) espiritual no Brasil está mudando. Eu creio que muitos estão adentrando um período de sequidão espiritual. Isto não é algo ruim se você compreender q
ue cada estação é temporária e necessária para gerar maturidade.

Estar passando por um tempo (estação) de seca não significa necessariamente que você precisa ser uma pessoa “seca”. Isto é muito importante! Deixe-me dizer isto novamente, estar passando por um tempo (estação) de seca não significa necessariamente que você precisa ser uma pessoa “seca.” Todavia, significa que você precisa cavar mais fundo para encontrar água, que é essencial para o funcionamento de um forte sistema de raízes. Se uma árvore for grande mas suas raízes forem pequenas até mesmo um vento fraco pode derrubá-la. Contudo, se a árvore tiver firmado raízes profundas no solo, ela permanecerá em pé mesmo quando outras estiverem caindo.

Então o tempo de seca tem um propósito em sua vida. É o momento para cavar mais fundo e encontrar a fonte de água viva que está muito abaixo da superfície. Eu te garanto que ela está ali para ser encontrada. Aqueles que sobreviverem um tempo de seca – estiagem – prosperarão em seu relacionamento com Jesus e quando a estação de chuva voltar eles estarão firmes para desfrutarem da chuva. Aqueles que sucumbirem no tempo de estiagem, nunca discernirão a mudança das estações para poderem desfrutar do tempo refrescante que sempre sucede o tempo de aridez.
Outra coisa que o tempo seco produz é a habilidade de encontrar Jesus sem o auxílio de uma equipe de adoração ou até mesmo de outros cristãos que estão queimando com o fogo de Deus. Você vai aprender a adorar sozinho e receberá diretamente do Senhor, sem fazer uso de intermediários. Novamente, um tempo (estação) seco não significa que você precisa ser uma pessoa “seca”.  Significa que você precisa encontrá-lo em um lugar mais profundo. Isto produz um caráter mais forte e é um verdadeiro crescimento como cristão.

No evangelho de Marcos capítulo onze encontramos Jesus saindo da cidade quando Ele deparou-se com uma figueira coberta por folhas. Na figueira o fruto sempre aparece ao mesmo tempo que as folhas, então Jesus esperava encontrar fruto na árvore. Infelizmente havia folhas mas Ele não encontrou nenhum fruto, Jesus então amaldiçoou a árvore.
Talvez alguns estão cobertos por folhas e aparentam ser belos e frutíferos quando estão debaixo da chuva de Deus. Contudo, após um exame mais preciso verifica-se que não existem frutos, somente folhas. Nenhum de nós deseja ser encontrado nesta condição.  
Se um tempo seco exige que você cave mais profundo para encontrar a Deus e para encontrar a sua fonte pessoal de água, então um tempo (estação) seco é tão produtivo para você quanto a estação de chuva.
Jesus não te abandonou. Ele não se esqueceu de você. Ele apenas se escondeu um pouco mais para que você o busque com maior paixão. Ele está lá, eu prometo. “Buscai e achareis.”
Por: Dan Duke

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Pecadores nas Mãos de um Deus Irado

               Versão em texto e em vídeo da famosa pregação "Pecadores nas mãos de um Deus Irado" feita pelo irmão  Jonathan Edwards, no dia 08 de Julho de 1741 em Enfield, Connecticut - EUA.
                Edwards não era bom orador, mas, enquanto ele pregava, houve pessoas que choravam e clamavam por arrependimento, enquanto que outros se agarravam às colunas da igrejas, como se estivessem sentindo sendo engolidos pelo inferno. Ele teve que esperar as pessoas se acalmarem para terminar o sermão. Na opinião de Wesley L. Duewel, este sermão contribuiu grandemente para a continuação do avivamento do século XVIII.

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